terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

5h20min.

   Era o horário demarcado para o despertador. De novo, acordara antes do horário determinado. Está de pé a criança sem infância. Sem qualquer chance de conseguir voltar a dormir e vivenciar pesadelos cada vez ficavam mais mórbidos. Agora não há ninguém na rua, criança. Ninguém para te apunhalar pelas costas. Também não há ninguém a te esperar, mas essa parte já é sua companheira de nascença. Oriunda de berço simples, de família direita, sem explicações para tais pesadelos vividos, já não mais no mundo dos sonhos. Simplesmente em vão.

   Enquanto o sol não vinha, a caminhada pela areia fofa era árdua. Dentre nuvens, surgiam poucos pássaros. Estavam assustados com uma nova criatura na praia. Só não imaginava que uma coruja a faria companhia. Antes que o sol raiasse, lá estavam as duas criaturas: a criança e a coruja. Nenhuma entendia da outra, mas se encaravam e viam o sofrimento nos olhos alheios. Talvez a coruja perdera sua família, seu ninho. O que era certeza, é que o motivo do silêncio da pequena criança, foi a perda de seus olhos. Suba, coruja.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

maisum.

  

   Este é apenas mais um rapaz. Que, cansado de ser enganado, decidiu investigar sua própria vida. Afinal, o que ele fazia de errado? Seria este rapaz apenas mais um em uma revista feminina? A quantos anda sua revista?

   Despertar, geralmente, não é tão dificil. Entretanto, uma reviravolta em menos de 24 horas o fez agonizar para adormecer e pedir para morrer no instante de acordar. Rapaz espaçoso, porém, sentira demasiada estranheza ao acordar só. Não haviam bilhetes, fotos, porquês.

   Encoste a porta, apenas. Um dia, quem sabe, a vida volte a entrar sorrindo em sua casa, rapaz. Não há motivo para desespero, apenas está morto quem não posui esperança. Esperança? Responda-me! Não deixe que esse seja seu último suspiro… esperança.

   Sentir a brisa do mar sob um céu negro com pequenas fagulhas distantes. Houve um dia que este rapaz faria de tudo para reencontrar sua vida, mas ela entrou nas águas geladas do amanhecer, e nunca mais se fez presente.

   Alguém dirá que te ama. Outrém dirá que te adora. Um dia, apenas uma pessoa dirá as duas coisas à você, rapaz. Mas lembre-se: Não acredite. Pessoas mentem.

   Ninguém por perto para acolher. Ninguém ao longe para entender. Simplesmente a parede vazia, gelada e sem vida para te sustentar. Sucumbirá, parede… Um dia não me aguentará mais.

   Tinta fresca na roupa rasgada, borrões, erros, mas tudo bem… A tinta ainda está fresca. Secou. Morreu. Não há mais volta. Apenas a parede manchada com um abraço amargo a te esperar.

   Ora estava feliz, batendo as asas o pequeno pássaro, ora parecia ver a morte abrindo sua gaiola, escondendo-se da escuridão, mas sem ir para a luz. Possível? Não para o pássaro. Não para o rapaz.

   Sente. Leia. Espere. Mas não se esqueça, cinquenta e seis dias de vida, o próximo dia será uma armadilha da morte, esperança. Mais um em sua revista, senhorita. rev=l