quinta-feira, 26 de maio de 2011

Um pedido…

2005-10-24-make-a-wish-dad      …de uma criança que em apenas uma palavra, significava tudo o que ela precisava: “Coragem”. Que envolta de problemas, discussões, brigas, já não sabia mais para onde correr. Não sabia mais a quem recorrer. Então, como um espasmo, sua boca se abriu durante um momento de mudança, de renovação, de tristeza e alegria, de passado e futuro, para dizer “Dai-me coragem.”.

   …que não foi atendido. Que por mais que quisesse acreditar que algo maior existisse, nada mudou. A criança tímida cresceu, tudo que não é físico permaneceu igual. Desolador o olhar infantil, que carece de algo e não conseguimos dar. Cabisbaixo, fraco, monstro. Monstro social, que sozinha sempre esteve… menos mal. Criança crescida que afasta quem um dia disse se importar, que a exemplo de seus pais, irmãos, amigos, fugiram. A qual já gostou tanto de alguém que arriscou, mas a coragem não existia dentro da mesma. Aquela criança que um dia cresceu, lutou, agarrou com unhas e dentes quem dizia se importar, hoje está virada para a parede, de costas à porta, de costas à janela. Apenas esperando o destino final de seu ônibus, com a sua passagem só de ida já destacada.

   …simples de uma criança ingênua, que hoje luta para que nunca se apeguem à ela, pois o sofrimento é indubitável. Para uns menos, para outros mais, criança.

  …em vão.

domingo, 1 de maio de 2011

Cry, I.

cry   Fujo de todos que me rodeiam, fico o mais longe possível, o mais invisível possível. Para quê? Para chorar. Chorei. Aguentei com toda a força que eu pude, minha respiração e batimento cardíaco começaram a se descontrolar. A vista começou a embaçar e mais nada eu pude fazer a não ser abaixar a cabeça e chorar.
   O que fiz de errado? Aliás, o que fiz de certo? Nada. É a única conclusão possível. Mas não posso pedir nada, pois o que eu ofereço nunca foi e nunca será o bastante. É inacreditável a pena que sente, só pode ser pena. Dó, talvez. Fiz coisas que estragaram tudo, disseste para relaxar, mas é impossível. Sou imperdoável.
   Parem, lágrimas! Parem! Eu exijo que parem de me perturbar. Deixem-me ao menos escrever em paz! Cansei de engolir a dor que se prende ao meu pescoço, que me faz sufocar em meio de tudo e todos. Parem… eu suplico. Por favor, me esqueçam.
   Foi ótimo, é ótimo. Pena que só é tudo isso pra mim. Que pena, queria que “tudo isso” fosse recíproco. Então me esqueça, já sofre de mais. Mais sofrimento pra me sufocar não vai me matar, eu sei que não. O pior é que eu sei.
  Parem!