terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

5h20min.

   Era o horário demarcado para o despertador. De novo, acordara antes do horário determinado. Está de pé a criança sem infância. Sem qualquer chance de conseguir voltar a dormir e vivenciar pesadelos cada vez ficavam mais mórbidos. Agora não há ninguém na rua, criança. Ninguém para te apunhalar pelas costas. Também não há ninguém a te esperar, mas essa parte já é sua companheira de nascença. Oriunda de berço simples, de família direita, sem explicações para tais pesadelos vividos, já não mais no mundo dos sonhos. Simplesmente em vão.

   Enquanto o sol não vinha, a caminhada pela areia fofa era árdua. Dentre nuvens, surgiam poucos pássaros. Estavam assustados com uma nova criatura na praia. Só não imaginava que uma coruja a faria companhia. Antes que o sol raiasse, lá estavam as duas criaturas: a criança e a coruja. Nenhuma entendia da outra, mas se encaravam e viam o sofrimento nos olhos alheios. Talvez a coruja perdera sua família, seu ninho. O que era certeza, é que o motivo do silêncio da pequena criança, foi a perda de seus olhos. Suba, coruja.

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