domingo, 1 de maio de 2011

Cry, I.

cry   Fujo de todos que me rodeiam, fico o mais longe possível, o mais invisível possível. Para quê? Para chorar. Chorei. Aguentei com toda a força que eu pude, minha respiração e batimento cardíaco começaram a se descontrolar. A vista começou a embaçar e mais nada eu pude fazer a não ser abaixar a cabeça e chorar.
   O que fiz de errado? Aliás, o que fiz de certo? Nada. É a única conclusão possível. Mas não posso pedir nada, pois o que eu ofereço nunca foi e nunca será o bastante. É inacreditável a pena que sente, só pode ser pena. Dó, talvez. Fiz coisas que estragaram tudo, disseste para relaxar, mas é impossível. Sou imperdoável.
   Parem, lágrimas! Parem! Eu exijo que parem de me perturbar. Deixem-me ao menos escrever em paz! Cansei de engolir a dor que se prende ao meu pescoço, que me faz sufocar em meio de tudo e todos. Parem… eu suplico. Por favor, me esqueçam.
   Foi ótimo, é ótimo. Pena que só é tudo isso pra mim. Que pena, queria que “tudo isso” fosse recíproco. Então me esqueça, já sofre de mais. Mais sofrimento pra me sufocar não vai me matar, eu sei que não. O pior é que eu sei.
  Parem!

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